SEDE
(Ps/556)
Bebo um cálice de amarga libertação,
Da imoral cotidiana, sacana.
Civilização sem dono, sem trono, no abandono
De pesado fardo no aguardo ... de algo, quiçá.
Abstratos são os dias...
Secura na boca, sede de dinamismo,
De estrelas humanas em primavera,
De coragem e de sonho.
Abstratos são os dias...
No frescor das manhãs,
Em esplendor, sem amargor momentâneo,
Nas coisas quietas das curvas nas ruas nuas,
Na ausência de perfuma e da flor.
" Esplanada árida, em plena primavera! "