Vida e morte, azar e Sorte
Cai da árvore velho uma maçã
Cá no solo, a largata irmã
Rasteja de vagar no tempo eterno
Pra fazer sua casa antes do inverno
A carne da maçã, a largata comeu
E em festa a semente morreu
Gerando um broto informe
Que na terra nasci em meio coliforme
Já a largata em vulto em seu casolulo
Se transformou num simples óvulo
A gora sai uma borboleta a polemizar
Flor macho e fêmea germinar
E a chuva de tempos em tempos
Rega as árvores em seus campos
Semente, árvore, flor e fruto
O ciclo se completou, apenas um produto
Em cada mesa de violência insana
Onde o mesmo ambiente emana
Mostrando o sentido da vida
Num velório, uma mulher grávida
No mesmo dia, vida e morte
Tristeza e alegria, azar e sorte