Às Noivas de Mercúrio

Refletido inconveniência

Conduta imoral, destino selado

Expurgo, forca ou guilhotinas

Todas em praça pública, pelo entreter

Mostra-me as nuvens-espelhos

Em toda a sua hemorragia imperial

Solvida aos encantos de verborragias

E personas súbitas, expostas ao sol

Flutua em botões de rosa

Perfumadas a rigor de tomates podres

Toda a salva de vaias do público

Ao romance que se desenha impróprio

Eu bebo da paráfrase de tuas estrelas torpes

Andando por tapetes persas com receio

Temendo a escavação de seus pecados

Enquanto dissecam vantagens para si

Tens certeza que queres beber de minha virilha?

Sou ácido e mortal, podes divagar-se em meus castanhos olhos

Enquanto tua pele vertida em joias és corroída

Em um instinto mais vulgar do que a fome dita da boca para fora

Nu e imaculado, eu marcho sob teus lábios

Amaldiçoado por mentiras infantis

Enquanto o deleite a tomava pelas mãos

Teu corpo é afrodisíaco a todo o instante, me dizias

A semi visão cerrada em seus olhos

Os mesmos espelhos de antes

Retalhados, embrulhados e famintos

Na neblina profana dos nossos atos

Toda noite estou tecendo pálidas comunhões

Como quem se comove por distúrbios de lebres

Me decifrando como a indiferença de um crítico

Frívolo e seco em qualquer estigma do desejo