Diário de um miserável
Se algum dia fui feliz
Esqueci de tirar foto.
Já não importa
Provavelmente os canários que cantaram esses dias
Já devem estar mais do que mortos
Rogo para o tempo devolver o jovem coração
Que um dia me emprestou
E com tanta voracidade me foi tirado
Talvez haja alguma tinta ainda naquele tinteiro
Para colorir o arco-íris.
(As moças não podem mais usá-lo de corda bamba)
Tomei um bom vinho ontem acompanhado de nem tão boa conversa
Suas pernas eram longas e de sapatos pontudos.
Engraçado!
Saiam apenas palavras curtas de sua boca.
Seria esse o tal do paradoxo?
Qualquer dia irei pintar um quadro para ela
Não sei o seu nome mas meus dedos ainda cintilam de suas curvas
Espero que o tempo lhe seja gentil.
Não remova o fio de cabeça tão tola.
Tudo que me sobrou foi um chapéu velho
Única herança dada
Acho que a sorte é genética.
E o chapéu me veio rasgado.
Mesmo assim não o tiro da cabeça
Tenho medo que um tijolo qualquer me atinja a cabeça.
Herança de pobre
É prosa
É história
É cavalo de Tróia
Há muito devia ter ouvido os conselhos
“por que não cresce e faz inglês”
Estupido que fui.
There is anything more mature
More fancy
Then a porr.
Só foi me dada uma chance nesse mundo
Mas não há muito o que fazer enquanto se caça fruta estragada.
Não se engane, sou o Bicho de Bandeira.
Não sou por isso um egoísta
Todos temos nossas dores
Todavía todo angustiado
É mais macio em colchão aveludado
Fazem dias que não compro um calendário
Espero que não seja dia de festa,
não tenho dinheiro para smokings
nem amizades.