O amor e o etarismo

Questiona o amor um vil etarismo

Um tosco preconceito cronológico

Medindo a si, o homem antológico

À luz do mais profundo ceticismo.

Será que o amor carece de etiqueta

Que cite o prazo da sua validade?

Um selo que lhe ateste a qualidade

Ou o preço escrito numa tabuleta?

Está a paixão fixa à adolescência?

E só nessa idade ela é saudável?

Após a fase torna-se imprudência,

Um tolo despropósito inaceitável?

O adulto pode abster-se da paixão?

E estudar seu manual preparatório?

Um curso para "amar"com repertório

De estilos, pra moldar tal emoção?

Será que existe o mínimo consenso

Quem ama "corretamente" não divulga

O amor perfeito em atos se promulga

Dizer que ama é puro contrassenso?

Será um amor tardio tão suspeito?

Deveras torna-se logo inconveniente?

Em qual idade é mais inconsequente

E atesta que uma mente tem defeito?

Se a idade ensina calar o sentimento

Faz o cérebro usar de qualquer meio

Para acionar a alavanca do bloqueio

Por que não "etiquetar"esse momento?

Seria então um caso para a censura

Criar-se uma placa de advertência?

"Quem sente e observa sua aparência

Sabe quando a paixão é só loucura?

Então cuida e policia a sua atitude

O bom senso reflete-se na sagacidade

de lembrar-se que após a meia idade

Se "apaixonar"traz prejuízos à saúde.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 26/10/2021
Reeditado em 29/10/2021
Código do texto: T7372304
Classificação de conteúdo: seguro
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