O amor e o etarismo
Questiona o amor um vil etarismo
Um tosco preconceito cronológico
Medindo a si, o homem antológico
À luz do mais profundo ceticismo.
Será que o amor carece de etiqueta
Que cite o prazo da sua validade?
Um selo que lhe ateste a qualidade
Ou o preço escrito numa tabuleta?
Está a paixão fixa à adolescência?
E só nessa idade ela é saudável?
Após a fase torna-se imprudência,
Um tolo despropósito inaceitável?
O adulto pode abster-se da paixão?
E estudar seu manual preparatório?
Um curso para "amar"com repertório
De estilos, pra moldar tal emoção?
Será que existe o mínimo consenso
Quem ama "corretamente" não divulga
O amor perfeito em atos se promulga
Dizer que ama é puro contrassenso?
Será um amor tardio tão suspeito?
Deveras torna-se logo inconveniente?
Em qual idade é mais inconsequente
E atesta que uma mente tem defeito?
Se a idade ensina calar o sentimento
Faz o cérebro usar de qualquer meio
Para acionar a alavanca do bloqueio
Por que não "etiquetar"esse momento?
Seria então um caso para a censura
Criar-se uma placa de advertência?
"Quem sente e observa sua aparência
Sabe quando a paixão é só loucura?
Então cuida e policia a sua atitude
O bom senso reflete-se na sagacidade
de lembrar-se que após a meia idade
Se "apaixonar"traz prejuízos à saúde.
Adriribeiro/@adri.poesias