vergonha

Em casa diz que me ama,

Só me encontra na cama.

Vivemos assim sem nome,

Em público ele me esconde.

 

Não tenho nome, nem rosto.

Vivo apenas o gosto secreto

De um amor escondido, incerto,

Que a minha alma consome.

 

Eu tento, mas ele me esconde

Em poucos momentos de prazer

E não se cansa em me dizer

Que me ama, que é meu homem.

 

Me ama, mas só no segredo

Faz de mim o seu brinquedo,

Me usa, abusa a sua maneira,

Sou apenas a sua brincadeira.