PALAVRAS DA DEPRESSÃO
Esfreguei e esfreguei o chão
depois cortei o pão
para o café das cinco
pensei, o que virá pela frente
se der uma enchente
alaga meu barraco de zinco
numa favela em Porto Alegre
é vida que segue
levando tudo numa boa
acabei vindo para a praia
queria cair na gandaia
em Capão da Canoa
no bairro do fim do mundo
neste barraco imundo
o que se há de fazer
numa jornada tão dura
comendo pão com rapadura
não vejo nenhum prazer!
escrito as 17:121 hrs., de 14/10/2021 por