PALAVRAS DA DEPRESSÃO

Esfreguei e esfreguei o chão

depois cortei o pão

para o café das cinco

pensei, o que virá pela frente

se der uma enchente

alaga meu barraco de zinco

numa favela em Porto Alegre

é vida que segue

levando tudo numa boa

acabei vindo para a praia

queria cair na gandaia

em Capão da Canoa

no bairro do fim do mundo

neste barraco imundo

o que se há de fazer

numa jornada tão dura

comendo pão com rapadura

não vejo nenhum prazer!

escrito as 17:121 hrs., de 14/10/2021 por

NELSON RICARDO
Enviado por NELSON RICARDO em 14/10/2021
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