Eu sempre soube

Eu sempre soube...

Que o silencio ecoaria por toda vida,

Que as palavras presas na garganta

Um dia sufocariam os sentimentos mais sublimes.

E mesmo assim silenciei...

Deixei de lado as palavras e deixei que surgissem os versos,

Cada um deles golpeando-me intimamente,

Deixando-me frágil e sem esperança de alívio.

Eu sempre soube que a solidão me cercaria

E que afastaria de mim oportunidades mágicas,

Encontros sublimes, e conversas infindas,

Eu sempre soube, mas deixei a solidão em mim ficar.

Eu sempre soube que meu coração se despedaçaria

Em mil pedaços e que cada pedaço dele me traria dor,

Sabia também que um dia todos eles se uniriam de novo

Mesmo assim, deixei que se espalhassem e me abandonassem.

Eu sempre soube que o amor não acontece por acaso,

Que não se escolhe o amor, ele simplesmente acontece,

E por tantas vezes deixei que o amor passasse por mim,

Por medo de que um dia estilhaçar-me-ia por dentro.

Eu sempre soube, e, mesmo assim, amei...

Amei e nem mesmo sei se fui amado,

Então, de repente, descobri que nunca soube

Que, para amar, não se precisa ser amado.