Me vejo ultrapassando, todos espectros
A visão que me guiava, veem além dos avejões
Meus olhos tronchos aqui, e há muito se apagaram
Apartaram-se da luz, mas ainda, com a capacidade de chorar!
Penso eu, virando saudade pra muitos, ...pra alguém
Das boas e velhas lembranças, restaram-me somente você
As dores que combati e achava estarem vencidas, só adormeceram
Deixaram indeléveis marcas expostas, nunca cicatrizaram!
Acostumei, ser inteirinho, luz, pensamento, poeira, e solidão
Afundando em mim mesmo, minha angústia drenada e vertente
Um poeta absorto despedindo-se que ganhou em interregno, novo dom
De ter pássaros em mim! Agora eles que me vêm, eles é que me pousam!
E o que dizer das flores que plantei, dediquei, osculei e as colhi
Dos versinhos de poemas sonsos que eu pude terminar, pra você
Será que de alguém, consegui fazer derramar lágrimas?
Talvez de fato em ninguém, pois ninguém me veio dizer!
Mesmo assim desfalecendo como rio mortiço, secando
Como um grande arbusto murchando, subindo seca pelas raízes
Ou talvez seja um cacto teimoso, lacrimoso e cheio de espinhos
Por isso dessa teima em vão, numa sanha danada, de não querer partir!