57°
Não me culpem pelo sangue
Ou pela poesia
Fui poeta, noite e dia
Amei com estupidez e maestria
Fui egoísta e idiota
E no final, morri sozinho
Numa curva sem estrada
Numa luz no fim do túnel apagada
Fui o poeta das horas vagas
Vivendo uma eternidade doentia
Escrevia quando estava vivo
Sangrava enquanto morria
Perfurando por palavras
Que transpassava o meu dia
Fui poeta, com lúgubres poesias
Com vaidades e esquizofrenia
Achava-me tão bom
Que morri da noite para o dia
Se poetas são imortais
Por que estou morto agora?
Otreblig Solrac - O poeta burro