Indo e vindo
Em meu rosto soprava a brisa fria
Ao longe em mar aberto eu olhava o horizonte, e ao longe lá estava...
Nos olhos da noite vendo-o escapulir
Cansada de lutar eu observava.
O amor que se mantinha distante,
que vinha como ondas calmas, acariciar-me o dia e depois...
partia deixando na boca o gosto de maresia, resíduos de acaloradas noites,
de corpos banhados de calmaria.
Fechava-se sobre mim o silêncio,
Incesantemente indo e vindo
Numa bruma de ilusões as quais apegava-me como tábua de salvação
Aguas turvas, noite escura, angustiada procura.
Restava-me apenas o teu gosto no corpo
Diante da retina ao longe, ainda sentia
em mim, agitar-se, preencher-me revolto
E eu perdida em teu mar aberto...o amor distante, em desalento
Vendo-o distanciar como ondas de saudades, esvaindo-se no firmamento.
Em noites sem lua,
Ouço ainda as ondas avançarem
Trazendo à superfície uma dor profunda
A memória dos dias de calmaria
O leve sussurrar do vento, tocar-me a face, beijando-me com paixão
Aplacando minha tempestade.