CÚMULO

O cúmulo da bipolaridade certamente é assim:

Num momento , queria ela sempre longe,

Noutro momento, bem perto de mim.

Às vezes lembro naturalmente, por alto.

E tem vezes que quero lembrar, mais nada.

Só para lembrar da humildade que falto.

A pessoa se torna objeto de estudo,

Reparo nos pensamentos mais distantes,

E quando vem sentimentos, desiludo.

A raiva de não dar certo toma conta,

E a malícia para resolver tudo de vez,

Não se faz concreta por uma ponta.

Uma pequeninha pontinha de medo,

Outra pontinha de certa sanidade,

Coisas que me guardo em segredo.

E se eu pudesse expulsa-la agora,

Não expulsaria, já que no passado,

Fiz muita gente boa ir embora.

Muita gente que ficou muito triste,

E eu sempre achei ter certeza,

Algo na minha cabeça dizia: "insiste!"

Noutra parte, me faltava clareza.

Eu não emiti nenhum alvará,

Não me pediram permissão,

Ainda sim, abri meu coração,

Resta saber o que acontecerá...