A Punição de Édipo
Andante solitário, à chuva entrego-me
Imerso nas entranhas da noite, vejo-me
Já livre não sou, em neblina perco-me
Ruínas de Tebas, em perdição vou-me
Em chamas, castelos deixei arder
Um voo de desconstrução de mundos
Espasmos de pulsos já moribundos
Última jogada, anúncio do perecer
Caminhos harmoniosos adentrei
Quando ao lado dela caminhei
Significados sublimes alcancei
Quando a pele dela toquei
Pássaro em voo sem volta sou
Agarrado a sombras e medo vou
Mirando o único retorno que me sobrou
O abismo no qual o destino me atirou
Soberba, presunção, taças da destruição
Atiram-se sobre mim escorpiões de discórdia
Cai-me dos ossos a carne que é abominação
Areia, vagar incerto, minha última trajetória