O CREPÚSCULO DO VELHO VIOLEIRO

Os dedos do Leão velho

Entortados pela artrite

Já não tocam violão

E ele até admite

Que não roçam em outras coisas

Por mais que isso lhe irrite

A divindade Afrodite

Da grega mitologia

Já não seduz o poeta

Que nisso foi bom um dia

As cordas mudas do pinho

Lastimam com nostalgia

Adeus esbórnia e orgia

Que vigor não se renova

Não pego meu violão

Patuscada me reprova

Se o sexo é saúde

Já estou com o pé na cova

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 28/07/2021
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