DESPREZO

Eu já fui aquela fonte

Onde vinha matar sua sede

Para a sua alegria o apompe

Na cercania o filão lustriverde

Fui refresco no teu calor

Rebeldia murmurante no frio

Já as noites fui o sereno pivô

E ao espelhar o sol foi rebrilho

Ícone visível de opulência

De um venturoso monumento

Talhe análogo de uma valença

Até a decadência do antetempo

Hoje sou somente um poço

Guardando lembranças efluentes

Perto do que fomos...Hoje tão insosso

Longe do corolário felizes para sempre

Sou eu que desperto em ti o asco

Quando me olhas no algar uliginoso

Que nem de perto sirvo de emplastro

Mas como um mausoléu dos despojos

O qual vituperas sobre o charco

A que se atenha a parca futilidade

Logo perfaz com o teu sorriso ingrato

E o desdém de seus olhos cor de jaspe

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 24/07/2021
Reeditado em 24/07/2021
Código do texto: T7306633
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