ABADIA
Eu só a vi de perfil
A névoa cobria teu rosto
Uma manta protegia do frio
E a desilusão era o seu despojo
Os passos arrastados varriam o chão
E a cerviz envergada a nada recalcitrava
Debandada no escalvado sem o galardão
Uma alma esquecida e por todos aviltada
Onde a sua espera era ser deglutida pela terra
A qual um dia proveio filha ilustre do seu ventre
Após o pestanejar desta rapsodia vem a quimera
Da prole de Eva e embuste da falácia da serpente
Suas últimas palavras vão postergar no epitáfio
E incrustrar nos ouvidos alheios como um mantra
Daquele que conhece a si mesmo segue impávido
Porém quem vive como timo em outrem meandra