Aborto

Perdeu-se o gesto e feneceu o pensamento, fosco

O contato tornou-se urgente e peremptório disfarce

E o não dito, nem sentido, embaçado e tosco

Exigiu enfim, do amor, absoluta e imediata catarse

O frágil sentimento sucumbiu de viva impaciência

Desatendendo preceitos de preservação da vida

Valorando, sem equilíbrio, a provação da abstinência

Em detrimento do amor, em sua sinergia desmedida

Por três vezes rechaçada, sem emitir qualquer fonema

Cessou a esperança...ela aos prantos perdeu o alento

Decidiu, em mudez e dor sufocar o pungente sentimento

Ela deixou-o morrer, aflito e só, nas masmorras do silêncio

Ele abortou o amor, farto e perene em sua subjetividade

Vitimando assim, tristemente, a inocência de sua verdade

02.02.2021

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Interação ofertada pelo poeta Jacó Filho. Obrigada.

Quando o medo supera,

Nosso amor pretendido,

Já nasce enfraquecido,

E a mente o enterra...

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 09/07/2021
Reeditado em 11/07/2021
Código do texto: T7296095
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