Memória do abandono
Lá do meu cais chorei a triste despedida...
Quando afastava-se no barquinho de papel
Naquele momento eu vi o quanto era cruel
E fiquei ali... Velando a dor da sua partida.
Na sua bondade em me cuidar acreditando
A louca saudade de te ver me consumindo...
Entre a esperança e a desilusão me dividindo
Com o tempo o meu pesar só aumentando.
Em minha mente uma lembrança inesquecível
No meu corpo o arrepio do pulsar inconsciente
No coração a ânsia do querer inconsequente
Acendendo a chama desse amor indescritível
Fecho os olhos e sinto o calor, o gosto, o cheiro
Do seu corpo, do seu beijo e da sua pele...
Chego a sonhar que o teu olhar não me repele
Enquanto minhas mãos lhe acaricia por inteiro
Mas entre o desejo e a fantasia consumada
A triste memória do seu abandono revigora
Novamente a dor/medo de vê-lo indo embora
Volta a dizer-me para não sonhar acordada.
Adriribeiro/@adri.poesias