A onisciência Inventa

Toda a despedida ecoada

Era uma lamentável tragédia

Eis eu, o que farei neste cemitério

Onde carcaças de elefantes se confundem com móveis

Cave o ouro dentro dos meus olhos

Esculpa toda a culpa de minha saliva

Emudeça minhas pernas inquietas

Cave-me atrás um outro dentro do meu peito

Eu sou ocasional, a tudo

O que me transborda são reações

Todas elas armadas e agressivas

Solvidas ao costume do sangue

Em todo o caso, tome minhas entranhas

Em todo o caso, beba de minhas lágrimas

Em todo o caso, arranhe minhas costas

Em todo o caso, me desminta da boca pra fora

A partir de amanhã, me rasure

Me negue três vezes de olhos fechados

Enquanto eu raspo meus dentes

Nas posturas de gesso de admiração vazia

E eu sinto nos meus ossos e pele

Eu sinto no meu estômago e sexo

Eu digo para meu reflexo no espelho

Mas meu atos, não me correspondem

Materno e eterno

O sentimento pólvora

Alastra-se pela sanidade

E diz essa é a verdade

Me padece, me mastiga

Me consome a saúde

Me aceita no segredo da noite

Me inventa outras facilidades...