AINDA HÁ ESPERANÇA?
O céu escuro guarnece a tempestade
Que se forma num tácito sussurrar cinzento
Onde as nuvens pesadamente se aglomeram
Num deslizar quase imperceptível.
Os pássaros cantam
Voando de um lado para o outro
Buscando encontrar abrigo
Nas árvores alheias ao passo do vento.
Tudo parece normal
O vai e vem da corrente sanguínea
Segue o fluxo
Inerte
Absorto à intempérie sobre as suas têmporas
Mas por um curto espaço tempo
Só até o primeiro pingo d'água
Tocar a pele nua
Dos seus olhos ensurdecidos.
E então
Agitação total!
A preocupação é tão supérflua
Quanto banal
Cada umbigo com o seu próprio dono
Numa busca insana
Pelo ponto mais alto do ego
Desgrenhando-se uns aos outros
Por um espaço maior sob a marquise.
O céu chora!
— Ainda há um resquício de esperança para humanidade?
Indaga o sol
Entre as cortinas de pesadas nuvens
Que gentilmente choram
Regando o solo infértil
Das epidermis envaidecidas
Com o seu próprio desamor.
— Ainda há!
Responde a chuva
Chorosa em seu tilintar.
— Ainda há!
O céu escuro guarnece a tempestade
Que se forma num tácito sussurrar cinzento
Onde as nuvens pesadamente se aglomeram
Num deslizar quase imperceptível.
Os pássaros cantam
Voando de um lado para o outro
Buscando encontrar abrigo
Nas árvores alheias ao passo do vento.
Tudo parece normal
O vai e vem da corrente sanguínea
Segue o fluxo
Inerte
Absorto à intempérie sobre as suas têmporas
Mas por um curto espaço tempo
Só até o primeiro pingo d'água
Tocar a pele nua
Dos seus olhos ensurdecidos.
E então
Agitação total!
A preocupação é tão supérflua
Quanto banal
Cada umbigo com o seu próprio dono
Numa busca insana
Pelo ponto mais alto do ego
Desgrenhando-se uns aos outros
Por um espaço maior sob a marquise.
O céu chora!
— Ainda há um resquício de esperança para humanidade?
Indaga o sol
Entre as cortinas de pesadas nuvens
Que gentilmente choram
Regando o solo infértil
Das epidermis envaidecidas
Com o seu próprio desamor.
— Ainda há!
Responde a chuva
Chorosa em seu tilintar.
— Ainda há!