LIRA SEM ESPLENDOR
Meus versos estão aprisionados
Nesta saudade
Que me invade
Suspirosa a pena oscila
No compasso do pêndulo do relógio
Uma inquietação toma conta de mim
Meus versos estão aprisionados
Nesta solidão gritante
Da tua companhia constante
Meus versos andam perdidos
No baú do tempo esquecidos
E aqui vivo saudosa
Ainda guardo no seio a rosa
Daquele grande amor vivido
Em meu peito arde a chama
Desta saudade que inflama
Mas os versos fogem
Suspirosa a pena oscila
E adormeço a escrivaninha
Sem compor uma única linha
Me torno poesia falida
Dona de uma lira
Sem esplendor !