Céu
Como um cego
que criança via,
e de repente
perde a visão.
E um cego
assim nascido,
ouvindo o cego
de destino.
O primeiro tenta,
inutilmente,
explicar ao segundo
como é o céu.
Cheio de boa vontade,
de poesia,
de amor.
Porém inútil!
Nem os cegos
de nascimento,
nem os que veem,
são capazes de enxergar o céu
como quem já não pode mais vê-lo.