Céu

Como um cego

que criança via,

e de repente

perde a visão.

E um cego

assim nascido,

ouvindo o cego

de destino.

O primeiro tenta,

inutilmente,

explicar ao segundo

como é o céu.

Cheio de boa vontade,

de poesia,

de amor.

Porém inútil!

Nem os cegos

de nascimento,

nem os que veem,

são capazes de enxergar o céu

como quem já não pode mais vê-lo.

Gilberto Junior
Enviado por Gilberto Junior em 20/05/2021
Reeditado em 31/01/2022
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