"Morte da senhora Alegria”
Queria que a vã realidade
Passasse de um vil pesadelo
Pois apenas uma palavra
Derrubou meu mundo inteiro
Mundo construído com esmero
Pigmado com mais tenras cores
Mas a “Amarela cor do Espero”
Cobriu meu mundo de flores
Apagou a linda margarida
Dum novo projeto de vida
Os encantos da rosa vermelha
A “Amarela espera” pintou
Notei que já estavam lilás
As raras rosas azuis
E aos poucos ficavam negras
Tingidas por gotas de sangue
Sangue da dor que explodia
O peito com a dura verdade
De ver que a angustia vencia
O amor que durou só três dias
Uma vida de amar de verdade
Nasceu... Coloriu... Faleceu.
Morreu tão rápido, ferida
Àquela sagaz punhalada
Enquanto morria já via
Seu corpo cair na enxurrada
Daquela tempestade malvada
Causada por dura palavra
“Que matou a senhora alegria”
Alegria morreu atravessada
Por punhal da palavra “pressão”
Às vezes uma dura palavra
Turva, derruba, até mata
Esmorece a amiga “Instância”
Entristece a jovem “Esperança”
“Despedaça o senhor “Coração”
Todos fiéis em velar
A doce senhora “Alegria.”