Pesadelo
Nasci ontem!
Do tempo hostil.
Logo depois que sepultei os restos
De uma ilusão febril.
E os préstitos?
Paguei todos com sangue, suor e lágrimas.
Delírios... Calafrios... Traumas.
De repente eu era uma rosa... Murcha... Fétida!
Que morrera de "mal" olhado.
Mas olhei direito o cenário. Cética!
Era uma feira.
Restolhos...
Tomates, cebolas, batatas, cenouras, repolhos...
Estragados...
Cena horrorosa.
Imaginei besteira...
Virei os olhos... À espera...
Vi maçãs, melancias, melões...
Mas, nenhuma pêra!
Fruta eu não era.
Não!
Faltou corpão!
E sobrou dobrões...
Bijuterias, semijóias...
Dramas...
Virei dama... Vendida.
Negociada por tramóias.
Perdi a graça!
Sem coito e sem coitada!
Minha alma aviltada!
Minha moral? Sem preço...
Na real, nenhum apreço
Por mim devido desde o início.
Foi só o vício...
A fissura!
Que passa!
Passageira loucura...
Ligeira!
Busca incessante de si mesmo...
Vivendo a esmo até a trombada.
O atropelo.
De minha parte, destarte
Ralei o joelho, o artelho...
Quebrei a cara!
Acordei!
Repara!
Ufa!
Pesadelo!
Adriribeiro/@adri poesias