Realidade Imaginária

Quando todas as réstias de mundo se dissipam,

o meu eu interior se dilacera em realidade imaginária.

Contorço -me de dor ao estar face a face com a solidão sempre presente a fitar meus olhos por detrás de uma folha ainda em branco.

Sinto que ela carrega uma amarga piedade do meu ser por estar tão desacreditada e tão distante de algo que seja totalmente confiável e seguro.

Trago em meu peito mundos ainda inabitados e uma excessiva necessidade de um sentimento puro que não se acabe como todos os outros, deixando apenas despedidas e que nunca se desfaça mesmo quando os corpos exaustos estiverem jogados por sobre a cama sem necessidade alguma de algo a mais .

Trago palavras ainda não escritas e que nunca ousei dizer. Sem contar aquelas que disse e me arrependi.

Na verdade, sempre usei palavras vãs. Ninguém se dispôs a interpreta- las, caso tivesse feito, creio que me abraçaria forte e daria conta do mundo que carrego todos os dias.

Ou então, soltaria de vez esta criadora da mais fantasiosa dose de verdade!

Verônica Chaves
Enviado por Verônica Chaves em 13/04/2021
Código do texto: T7231346
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