Realidade Imaginária
Quando todas as réstias de mundo se dissipam,
o meu eu interior se dilacera em realidade imaginária.
Contorço -me de dor ao estar face a face com a solidão sempre presente a fitar meus olhos por detrás de uma folha ainda em branco.
Sinto que ela carrega uma amarga piedade do meu ser por estar tão desacreditada e tão distante de algo que seja totalmente confiável e seguro.
Trago em meu peito mundos ainda inabitados e uma excessiva necessidade de um sentimento puro que não se acabe como todos os outros, deixando apenas despedidas e que nunca se desfaça mesmo quando os corpos exaustos estiverem jogados por sobre a cama sem necessidade alguma de algo a mais .
Trago palavras ainda não escritas e que nunca ousei dizer. Sem contar aquelas que disse e me arrependi.
Na verdade, sempre usei palavras vãs. Ninguém se dispôs a interpreta- las, caso tivesse feito, creio que me abraçaria forte e daria conta do mundo que carrego todos os dias.
Ou então, soltaria de vez esta criadora da mais fantasiosa dose de verdade!