ALÉM-MAR
As ondas vêm e vão
Os ventos vêm em vão
Na medida em que já não os sinto
Sim, tu que me davas embalo
Lembranças de ti já não as regalo.
Vou além-mar
Noutras estâncias
Pois esta ânsia irrefletida
Reflete o teu orgulho
Numa aura estarrecida
Doei-me com mergulho.
Sigo adiante desinibido
Cedo, antes fui infundido.
Tem sinfonia na alvorada
Tem sim eufonia a noite arrasada.
Qual maresia por exaurir
Na sófrega inundação
Em que me vejo a comprimir.
Crédulo que vinhas
Retardei-me à beira-mar
Frente ao desespero
Não hesitei ir além-mar.