Coração escorraçado
Prometeu-me que não choraria outra vez.
Jurou que não iria mais falar do meu amor
Que a minha poesia não seria seu clamor
Mas veja só o que o meu coração já fez...
Feito um cão de rua sujo e escorraçado...
Que abana a cauda ante a migalha do sobejo
Foi como ele se sentiu diante do lampejo
Da sua chegada como um anjo exalçado.
Nada aprendeu com o seu último enfarte
E desse amor é como um escravo à mercê,
Que bate, pulsa e se acelera quando o vê
E o procura todo o tempo em toda parte.
Se te encontra refestelado em outro espaço
De novo sente a rejeição e a indiferença...
Então descobre que o significado da presença
E estar inteira aconchegada em teu abraço.
Mas desse sonho impossível eu abro mão.
Se for preciso ignorar a tua existência...
Para aceitar que apenas sofro de carência.
É o que farei pois já não ouço o meu sermão.
Adriribeiro/@adri.poesias