Coração escorraçado

Prometeu-me que não choraria outra vez.

Jurou que não iria mais falar do meu amor

Que a minha poesia não seria seu clamor

Mas veja só o que o meu coração já fez...

Feito um cão de rua sujo e escorraçado...

Que abana a cauda ante a migalha do sobejo

Foi como ele se sentiu diante do lampejo

Da sua chegada como um anjo exalçado.

Nada aprendeu com o seu último enfarte

E desse amor é como um escravo à mercê,

Que bate, pulsa e se acelera quando o vê

E o procura todo o tempo em toda parte.

Se te encontra refestelado em outro espaço

De novo sente a rejeição e a indiferença...

Então descobre que o significado da presença

E estar inteira aconchegada em teu abraço.

Mas desse sonho impossível eu abro mão.

Se for preciso ignorar a tua existência...

Para aceitar que apenas sofro de carência.

É o que farei pois já não ouço o meu sermão.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 30/03/2021
Reeditado em 31/03/2021
Código do texto: T7220046
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