FUGA MENTAL INÚTIL
Escrevendo poemas no monocromático silêncio
Minha vida vazia, o sol que se põe no meu mundo
Deixando o solitário magenta se refletir no mar extenso
Sozinho vagando por horas, minutos, segundos
Eu sou como uma névoa que a tudo consome
Eu apareço e desapareço quando eu bem entender
Eu vago na esperança de achar graça nesse mundo vazio
Eu sou a ninfa dos meus sonhos românticos, o mais forte dos homens
Eu sou o escuro do meu quarto, o anoitecer
O lado da lua nunca visto, o nascer de um rio
As estrelas caem quando percebo ter chegado à desilusão absoluta
Meu mundo interior destruído e quebrado me dá adeus
Os mundos místicos e românticos que existem na minha alma
Fogem de mim agora, perdendo a luta
Contra a realidade que me acorda dos sonhos meus
E me faz lembrar que não posso viver nessa ilusória calma
Se eu pudesse estava bom, eu seria a ninfa mais pura
A elfa, a camponesa, seria a sereia, seria o fogo, o minotauro
Qualquer coisa que pudesse abafar a realidade dura
E me levar à tranquilidade do meu antigo mundo embrionário
Pensando nas nostalgias mais altas, meus ossos se quebram em aterrissagens
Aterrissagens violentas feitas nos hemisférios cerebrais
Não tenho onde me segurar para dar as mãos para a morte e encarar o eterno
Sinto falta de você pois te ignorei, perdida em minhas mentais viagens
Vou aprender a viver nesse mundo e valorizá-lo mais
Caso contrário, quero que conceda-me uma punição no inferno
Os prédios brilhantes da noite pairam com o céu magenta
Tudo o que eu preciso agora é de algum tipo de absolvição
De um consolo, de pensar que sou um novo vaso
Se alguma vez eu pareci ser raso
Eu não estava te tendo como ponto de concentração
Estava na minha mente encarando a tormenta
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