A adaga e o ventre
Uma tarde fria e a água fervente
o som daquele vento frio batendo na cortina
uma veste de moletom e os pés frios
e um empoeirado teclado para compor estes versos
Chuvas, trovões e tempos que nunca voltam…
vidas sermões e por fim um alaúde
movimentos do ventre, ao quarto meio escuro
fragmentos, prantos e um criado mudo
Traçados de um homem descontente
são eles versos de um autor triste
que lembras da musa que acabou de partir
são esses olhos que não me permitem ver
Um homem deveria ter o direito de chorar
afinal a vida é tão cruel
ter o direito de deixar a dor deslizar em sua face
dizer aquele sentimento do peito sem medo de se sentir fraco
Choremos senhores, a tristeza trouxe sua sutil companhia
se trago a saudade de me ver alegre
ou de simplesmente chorar em voz alta
estou de luto pelos dias que não me ligaram
Queria ver-te novamente feliz
sozinho eu não consigo mais escrever meus poemas
me abandonaste junto a aquela paixão
me deixou apenas acompanhado desta xícara de café vazia...