Carência desenvolvida
Às vezes a brutalidade,
É tudo o que resta.
Quem planta mato,
Colhe erva daninha,
E se revolta,
Diz que não presta.
Quando a revolta é introduzida ao sistema,
Ela se camufla, ninguém vê problema,
Mas quando surge da sociedade,
Cansada da exploração,
Essa revolta se traduz,
Em guerrilha, assassinatos,
Contra a pátria, revolução.
Ser morre trabalhando,
Não se aposenta,
Desvios da verba,
Sustentam a perversidade,
Não há investigação,
Para cobrir a falta,
Mais fácil cobrar da sociedade.
Sociedade calada, passiva,
Tudo aceitam e aplaudem,
Defendem e ainda brigam.
Levam a bandeira da morte,
Defendem o genocida,
Metem o dedo no olho do outro,
Mas não cutucam suas feridas.
Sociedade individualista,
Todos miram o andar de cima,
Sentam em suas Varandas compridas,
Apreciam o horizonte,
Convidam os que moram embaixo,
Dão o gostinho,
E depois tiram.
Melhor que mostrar seu caminho,
Seria melhorar o estado da via,
Trazer os que estão embaixo,
Facilitar a chegada,
Mesmo que seja tardia,
Dar o gostinho da vitória,
A quem perde um pouco todo dia.
Uma voz é só ruído,
Quase imperceptível,
Juntos fazem barulho,
Alcançam o impossível.
O Brasil é uma criança,
Órfã, sem esperança,
Toda mão estendida,
É bem vinda,
E a ilusão vira verdades,
Que defendem com a própria vida.
Óh criança,
Não percebes,
Está crescida.
Ande com as próprias pernas,
Sua carência de líder,
Um dia será preenchida,
Mas não deixe seu povo morrer,
Vidas valem mais que carências e ideologias.