Ode de Despedida

Talvez seria um ode de despedida

Se coubesse assim uma real partida

Se houvesse simplesmente melodia

Nestas torpes palavras vazias

Estranho enredo do amor maldito

Tão enlouquecido que morrera jovem

Fora banido e jamais esquecido

Das lembranças mais caudalosas

Ofereço-lhe este ode de despedida

A ti, que nem sequer ficou e se foi

A alguém que tentou mas fraquejou

E que apenas fez alastrar-se a ferida.

Fiz uma canção jamais esquecida

Naquela tarde de primavera

Dos raios de sol entrando pela janela

E das carinhas doces envaidecidas

Era aquilo que ele um dia sonhara

As ilusões fora o nosso estranho alimento

E eu, bandida esperta sempre duvidara

Das intenções mais torpes de sentimentos.

Deixei-me embriagar em tua bebida forte

E das quentes iguarias de teu paladar

Por que não brincar com a sorte

Nas perdições de teu doce manjar?!

Ofereço-lhe um canto de despedida

A ti, que jogou e não soube ganhar

Um alguém que passou e não quis ficar

A um poeta qualquer que não soube amar.

(Michele de Vênus, 9 de fevereiro de 2015)

Michele de Vênus
Enviado por Michele de Vênus em 10/12/2020
Reeditado em 09/02/2021
Código do texto: T7132565
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