Narciso mercenário

Hoje eu encostei o meu Narciso.
Na parede fria do confessionário.
Perguntei-lhe de que lado ele estava.
Ou se era mesmo um mercenário.

Porque me jogaste na agonia do porvir?
Na ansiedade louca e doentia.
Nesse desejo insano de fugir.
Da vida cheia de monotonia.
 
Nessa terrível pressa de chegar...
Ao estranho "medo do mesmo".
Onde só busco um jeito de escapar
Da armadilha cega do viver à esmo.

Que tipo de proposta recebeste?
Por que a minha alma abandonaste?
Se eras tu, o meu eu fiel, o que fizeste?
Por quem traiçoeiramente me trocaste?

Não vês que  extremamente  agora eu,
De ti preciso ainda mais que antes?
Que meu ego em transe se perdeu...
Em pensamentos tristes e delirantes?

Ignoras que a sua volta é tão urgente?
Narciso mercenário o que lhes deu?
Me diz se  por acaso se esqueceu,
Que você  jurou me amar eternamente?

Adriribeiro/@adri.poesias
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 02/12/2020
Reeditado em 12/12/2020
Código do texto: T7126253
Classificação de conteúdo: seguro
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