Amor de cortiça
Como as folhas do sobreiro.
São pelo vento fustigadas.
Se amontoando no terreiro,
E pelo chão são espalhadas.
Assim foram as tuas poesias.
Soltos confetes em festivais.
De tão leves eram vazias,
Pois só continham ideais.
Os ideais são importantes.
Longe de mim dizer que não.
Mas o que importa é se antes,
Preencheu de amor o coração.
Eu temo essa leveza do amor.
A vejo como uma leve cortiça.
A substância é o seu pendor.
Que desafia a areia movediça.
E, se não afunda, é com louvor
Que nos encanta e enfeitiça.
Adriribeiro/@adri.poesias