só me resta descrever
Só me resta descrever
Essa coisa física que me corrói
Uma dor no estômago
Um peso no peito forte
É como se mais um passo vão
Em uma caminhada que nunca chega ao fim
É como se alegrar
Mas subitamente ter a alegria tomada
Como um pesadelo seu sonho de outro
Ouvir uma risada a distância
Partilhada com não com você
Sentir o cheiro saciado em outro nariz
A dor do tato é imaginar o toque não meu
E você pensa que toda dor se resumiria em esquecer
Talvez dormir tão fácil agora impalpável desejo
E aquelas horas tão mágicas me torturam
Saqueiam toda vontade de ver sorrisos que não os seus
Não consigo disfarçar a insatisfação
Então eu fico aqui
Borbulhando no óleo quente
Até que ou dormente ou inexistente
Se torne o partilhar plantado
No coração assolado pela desesperança