O ÚNICO HOMEM
Naquela hora havia uma flor
Entre a janela e a cachoeira
Pássaros voando e sorrindo
E a raça humana se matando
Os olhos que miravam o sol
Sabiam que detrás da xícara
Havia um vazio até à parede
E lá fora a cidade complexa
E a raça humana se matando
A caneta só queria o poema
Mas foi rejeitada ao chegar
Naquela casa o computador
A folha pautada descartada
Nunca se transformará mais
Em romântica carta de amor
Naquela hora havia uma flor
E lá fora bilhões de espectros
Dos que já foram humanos
Constroem um novo mundo
Só para continuar cultivando
Os seus crimes e seus medos
Naquela hora havia uma flor
E um silêncio cancerígeno
Dando vida ao poeta
O único homem que restou
Naquela hora havia uma flor
Entre a janela e a cachoeira
Pássaros voando e sorrindo
E a raça humana se matando
Os olhos que miravam o sol
Sabiam que detrás da xícara
Havia um vazio até à parede
E lá fora a cidade complexa
E a raça humana se matando
A caneta só queria o poema
Mas foi rejeitada ao chegar
Naquela casa o computador
A folha pautada descartada
Nunca se transformará mais
Em romântica carta de amor
Naquela hora havia uma flor
E lá fora bilhões de espectros
Dos que já foram humanos
Constroem um novo mundo
Só para continuar cultivando
Os seus crimes e seus medos
Naquela hora havia uma flor
E um silêncio cancerígeno
Dando vida ao poeta
O único homem que restou