O Senhor das horas
Eu sei que lhe pareço descontínuo e fugidio.
Pois não espero para seguir o seu compasso.
Também não tento me prender no teu espaço.
Corro veloz mas de mim mesmo ando vazio.
Sei que me tomas por um vilão e não discuto.
Que me atribuis todas as suas perdas diariamente.
Apesar de tudo que lhes dou não sou o suficiente.
Mas não se avexes, eu entendo e não lhes culpo.
Sua vaidade não aceita as minhas exigências.
O que eu sou apenas lhes faz mais descontente.
Sou o maquinista de um trem bala inexistente.
Mas não arco com as minhas consequências.
Quando me for não oferecerei as condolências.
Não chores à toa e nem tampouco te lamentes.
Quando, em ti, eu não tiver mais imanências.
É que você nada mais pensas e já não sentes.
Adriribeiro/@adri.poesias