TERRA DESOLADA
A natureza geme no seu esgotamento para a supressão
Das demandas de tantas vontades desenfreadas
Na sua busca por mais e mais excitações.
Uma produção em massa, e em larga escala,
Se vale da dor de toda forma de vida
Para refinar as suas coloridas iguarias.
Existe uma vontade insaciável
Que degrada para obter um requinte
Às custas da destruição sistemática
De toda forma de vida
Que já não tem mais o seu direito assegurado
De existir no seu habitat ameaçado.
Tudo não passa de ambição e ganância
Nesse mundo farto de misérias
Para a enorme parcela da vida humana!
Quantas expropriações apenas para satisfazer
O orgulho de seres irremediáveis
E que fecham os olhos para o mistério de amar!
E, assim, toda a natureza geme
Com uma dor incomensurável,
Onde o desiquilíbrio intervém
Com sua fúria descontrolada e poderosa
Que já não consegue mais se calar
Na sua revolta contra as hostes da insensatez humana.
Todas as feridas são vingadas
Por uma impetuosidade irrefreável,
Deixando toda terra ainda mais desolada
E profundamente adoecida e minguada
Para conscientizar com cada vez mais revoltas
Da corrupção dessa humanidade falida de humanidade.