TERRA DESOLADA

A natureza geme no seu esgotamento para a supressão

Das demandas de tantas vontades desenfreadas

Na sua busca por mais e mais excitações.

Uma produção em massa, e em larga escala,

Se vale da dor de toda forma de vida

Para refinar as suas coloridas iguarias.

Existe uma vontade insaciável

Que degrada para obter um requinte

Às custas da destruição sistemática

De toda forma de vida

Que já não tem mais o seu direito assegurado

De existir no seu habitat ameaçado.

Tudo não passa de ambição e ganância

Nesse mundo farto de misérias

Para a enorme parcela da vida humana!

Quantas expropriações apenas para satisfazer

O orgulho de seres irremediáveis

E que fecham os olhos para o mistério de amar!

E, assim, toda a natureza geme

Com uma dor incomensurável,

Onde o desiquilíbrio intervém

Com sua fúria descontrolada e poderosa

Que já não consegue mais se calar

Na sua revolta contra as hostes da insensatez humana.

Todas as feridas são vingadas

Por uma impetuosidade irrefreável,

Deixando toda terra ainda mais desolada

E profundamente adoecida e minguada

Para conscientizar com cada vez mais revoltas

Da corrupção dessa humanidade falida de humanidade.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 19/09/2020
Reeditado em 19/09/2020
Código do texto: T7067137
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