Dispensável entender
Não preciso pensar em você
para chorar toda a chuva,
Mesmo que ela não se faça
de nuvens em alta temperatura
e nem se avoluma...
em busca de águas mais profundas...
Até encharcar toda a terra
destronando o corpo da moldura
que pôs fim à festa.
Nem professar uma religião
Queimando dúzia de velas
Que transporte a alma deste
Para um lugar qualquer...
E dê protagonismo às mãos
De um artesão enquanto modela
Não preciso ler um clássico
Para assistir-me num duelo
Nem beber do seu vinho
Para saber que falhei
Quando rabisquei todos os versos
Feitos de palavras sem voz
E me pus a passear no céu da boca...
Ignorando o tempo
Que em vigília dormia em nós