Rei Corvo

Uma frente fria, acolheu meu país afrodisíaco,

Congelando rios e petrificando o lago,

Tornando-se meu inferno paradisíaco,

No frio, eu me esmago.

Coloquei todas as penas contra o corpo,

Procurando maneira de me aquecer,

Penas, o sobretudo de um corvo,

Tentando em mim mesmo, sobreviver.

Caminhando, enchendo as botas de neve,

Deixando que o vento guie, me leve,

Em compensação, não me sentia leve,

Mas, toda fonte de calor, serve.

Até que, a pena que caiu, procurei apanhar,

Caiu algo mais pesado, digno do seu lar,

Era arranhada, refletia minha pessoa,

Agora tentava apanhar, minha própria coroa.

Eu lembrei, por eutanásia, as glórias da Veia da Pira,

O fogo, o calor que me inspira,

Retornei ao meu eu, senhor de mim mesmo,

Tentava encontrar-me em esmo.

Glória aos eternos do Sol Negro,

Salves para os calores dos momentos,

A neve era um túmulo gelado,

Em que eu poderia ter me acabado.

Eu nunca vou esquecer,

O que faz meu coração aquecer,

O ódio eterno e a raiva perseguidora,

Sou meu próprio cântico da salmoura,

Que preserva nesse mundo gélido.

Ando, bufando o ar quente dos pulmões vivos,

Ouvindo, em mente, meus sons nativos,

Sou sempre, rei, juiz e executor,

O próprio corvo fundador.

Me recuso a perder,

Pois é castigo aos covardes,

Prefiro me reerguer,

O império vitorioso,

É feito por seus mártires.

Do fundo do lago petrificado,

Borbulha corvo afogado,

Que do próprio sangue,

Fez seu silêncio.

Mas hoje, nado contra a correnteza,

Dessa maresia em paraíso,

Abaixo do hibisco,

Em busca da minha certeza.

Pobre corvo em chamas,

Afogado como frágil,

Tão amável, tão ágil,

É hora, de mostrar seu valor.

A luz,

Ela seduz,

Mas onde a sombra crente,

É todo descendente.

Glória, ao imperador cerúleo,

Que de trabalhos hercúleos,

Busca forma no coração,

Flagelado, mas com pulsação.

Mostrarei ao mundo,

Que essas asas azul noturno,

São reais, fervorosas,

Capazes,

De engolir o Sol de Ícaro.

Cansei, de me acorrentar,

Jaulas são para animais,

E dentro de mim mesmo,

Sou Rei.

Eu governo,

Com mão de ferro,

Pois fui criado,

Na guerra interna.

Enegrecerei os olhos, castanho é primavera,

Deste voto de Minerva,

Transformo inverno em verão,

E todos vocês,

Verão e irão,

Pagar.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 05/09/2020
Código do texto: T7055723
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