O MAL DE AMAR
Quando aos poucos o amor é ferido,
por arestas endurecidas de palavras tortas...
vai se decompondo em gemidos
ao sangrar poesias e outras coisas mortas.
Enforca-se doutros verbos mal ditos,
mal falados, que se lançam da língua indomada.
Que dançam sombriamente, como que num rito,
injustificado na trama de palavras maculadas.
O amor quando corrompido da insegurança alheia,
quando impelido a provar seu valor primitivo,
finda com a boca aberta na areia
e se condena, entregue ao próprio crivo.
Enfim! O amor quando ama a esmo
Endurece-se além do peito a palpitar
e num canteiro frio das sobras de si mesmo,
acaba por morrer do mal de mar.
Por: Paulo Teodoro oliveira