Sadomasoamor
Silêncio, minha alma quer falar,
pedir o teu amor,
matar certo clamor,
implorar que vá, essa dor
que vive e reina tão cheia de pedras,
que me faz morrer de mais amor.
Gritem, o dito cujo amor abriu as portas,
escancarou as notas de linda valsa desenhada em minha garganta,
nos passos assombrados desse teu bailado
fugido dos meus braços...
como passos embriagados por certo furor,
tão pleno de desamor.
Só eu a amo!
coitado do meu amor que, mesmo fletido à dor,
dorme insone e apaixonado.
Retoma meus lábios em outros doces beijos vadios,
como os que tecíamos entre rios de lágrimas,
mas cheios dos desejos mais indecifráveis.
Se queres permanecer agarrada a essa distância,
deixe-me aqui, sem esperança, e vá!
nunca vi falar que o mar ia secar
nem tampouco que um louco morresse de amor
ou tombasse por sua dor,
porque o mundo é lindo e a vida é bela,
e eu te amo tanto que me vale essa espera,
mesmo que cheia de desamor e dor...
e ele a esperar por ela.
Poema inédito (03/09/2020)
Paulino Vergetti