Recolho-me

O que dói não é a falta de amor

Nem o bem querer que não se tem

O que maltrata e faz doer

É a indiferença com que me vê

Se quando tudo (em mim) está perdido

E já não te agrada como antes

Digna-te a dizer

E não apenas em se ocultar na indiferença

Dói-me ver-te esconder-se

Na covardia das palavras

Na frieza do sentimento

Como podes?

Mas enfim, (a mim) só resta...

Aceitar

Permito manter-me no meu lugar

O qual sempre soube qual é

E permaneço nele

Nas sombras da existência

Sem querer mais, nem menos

Se ouso desejar, faço em sonhos

Onde não há o decepcionar

Se hoje calo meu coração

É para não mais vê-lo chorar

E se hoje não o vejo como antes

É porque quisestes assim

Mostrou-me o quanto frio podes ser

E que não te importa o meu sentir

Deixo-te na tua indiferença

E recolho-me a minha....