A visita
Amanheceu.
A janela enferrujada abriu-se para o vento.
Eu o convidei, como um hóspede célebre.
O vento frio soprava sutilmente em meu corpo.
Ele já estava gelado.
E eu, acordada.
A vigília estava ao meu lado, como você nunca esteve.
Partiu - meu coração, meu mundo - de minha vida.
O silêncio berrava.
É possível?
Anoiteceu.
A janela permanecia aberta.
Aberta para quem quisesse ser hóspede.
E a minha porta fechada.
Para que não sejas o convidado desta noite.
Esta nostalgia é mártir.
Pedi para você esquecer, mas sou eu quem não para de lembrar.
Era escrava do seu desprezo amargurado e angustiante.
Este era o meu hóspede não-tão-ilustre:
Você.
28.04.2016