VAIDADE DE VAIDADES.
Olhei o labor dos homens
e vi covas cinzentadas.
Atentei-me para os sorrisos,
apenas paixões criadas.
Vi meninos correndo contentes,
E a morte nas calçadas.
Busquei pérolas e diamantes,
Mas o ouro se derreteu.
Vi jovens com suas amantes
Mas a velhice no brel.
O sol tornou-se lua,
E trevas apareceu.
Tentei criar o novo,
Mas o novo velho era.
Ousei criar castelos,
E perdi-me nas donzelas.
Sozinho quis estar,
Mas o abraço me esmera.
Senti da esperança cheiro
Da criança que não nasceu.
Quão feliz a vejo...
Pela dor que não sofreu.
Por não ter visto a fome,
Um só dia que viveu.
Vaidade de Vaidades,
Tudo passa de passagem.
Se comprei ou se vendi,
Tudo vira uma paisagem,
Que se vai como vapor,
Assim diz o pregador.