VAIDADE DE VAIDADES.

Olhei o labor dos homens

e vi covas cinzentadas.

Atentei-me para os sorrisos,

apenas paixões criadas.

Vi meninos correndo contentes,

E a morte nas calçadas.

Busquei pérolas e diamantes,

Mas o ouro se derreteu.

Vi jovens com suas amantes

Mas a velhice no brel.

O sol tornou-se lua,

E trevas apareceu.

Tentei criar o novo,

Mas o novo velho era.

Ousei criar castelos,

E perdi-me nas donzelas.

Sozinho quis estar,

Mas o abraço me esmera.

Senti da esperança cheiro

Da criança que não nasceu.

Quão feliz a vejo...

Pela dor que não sofreu.

Por não ter visto a fome,

Um só dia que viveu.

Vaidade de Vaidades,

Tudo passa de passagem.

Se comprei ou se vendi,

Tudo vira uma paisagem,

Que se vai como vapor,

Assim diz o pregador.

Felipêncio Júnior
Enviado por Felipêncio Júnior em 16/08/2020
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