Drama das cores...
O valor caía, tropeçava, despencava. O mundo, ao redor deles, se desfazia, mas isso lhes era imperceptível.
Canhões atingiam inocentes, lágrimas se debulhavam em razão de atos inconsequentes.
A fome vorazmente se alimentava de mais e mais mesas. No entanto, a baunilha ainda tinha o mesmo sabor.
No ardor gélido da madrugada, abraçados nos abraços, os olhos contemplavam silenciosamente as estrelas, que brilhavam esperança naquele universo.
E as bocas gargalhavam puras, planejavam, versejavam sentimentos eternos para gerações vindouras.
Os ouvidos repetidamente ouviam a canção, que expurgava às tristezas do coração.
O mundo lá fora se destruía, contudo, de mãos dadas o interior se reconstruía.
Os soldados coloridos e seus canhões atiravam alto, a guerra se intensificava, se tornava cada dia mais difícil ser monocromático.
A guerra se agravava, os soldados coloridos meticulosamente neles miravam, até o dia que o alvo o alvejou.
O destino soprou as mãos, e os amantes se desgarraram no mundo. Porém ela desesperada ascendeu a tocha,e nas noites saía a buscar pelo seu amado.
Um dia, exausta em sua jornada, viu o boné caramelo que sempre por ele era usado. E com ele na mão, farejou até encontrar àquele a quem tanto amava. Num cárcere multicolorido, ela encontrou o corpo, todo sujo, desfigurado e ferido. O vermelho havia se misturado com as multicores das balas que o perfuraram. Era demasiadamente tarde para fazer algo. Então, sobre ele as lágrimas se debulharam, inundaram a cena, e se lamentou por nada mais ser como outrora.