O meu jardim
O meu jardim
Muitos canteiros.
Aromas e cheiros.
Flores e borboletas.
Branca, cinza.
Amarela, vermelha.
Verde, azul e uma porção violetas.
Um verdadeiro pomar.
As vezes não muito alegre.
Rouxinol a sangrar.
Enamorados beija flor.
Bicando e sentindo dor.
Mas queria falar daquela flor negra.
Até parece raridade.
Mas é a vasta verdade.
Entre milhares de jardins.
Estas vem se prevalecendo.
A escuridão também soa.
Também possue um aroma.
Um odor de coma.
Um presente que o destino nos doa.
Falo dos presentes indesejados.
Na verdade sempre contemplamos um buquê adornado de amor.
Um jasmim.
Cultivado no jardim.
Da esperança.
Felicidade.
Realização.
Mas enfim.
A sombra negra.
Aquela flor medonha.
Cheia de espinhos furiosos.
É quando encontramos as decepções.
Frustrações.
Desencontros.
Desatinos.
Sombrio pomar.
Quando a negra flor venha nascer.
Surgir.
Gritar.
Parece não ser jardim.
Mas a vida ainda assim.
Com o colorido magistral.
Surge um pingo negro na tela.
Mas não deixa de ser bela.
Depende do olhar.
Do sentir.
Sei que muitas vezes um coração contrito.
Uma mente aflita.
Os pensamentos viajantes.
A sociedade que condena.
Enfim.
Quando se recebe a flor negra.
Não se felicita com o enredo de Deus.
Mas essa constituição natural.
Esse jardim social.
Que varia.
Do plantio ao cultivo.
Não seja a sua vida contemplada pelo negro aroma espinho furioso.
A vida pode ser mais amistosa.
Um buquê de rosas.
De um jardim sutil.
Mas enfim, o destino, a vida é um jardim misterioso.
Não se sabe o que vai receber.
Pode ser a rosa.
Ou a flor negra.
Vida, vida, alegre, triste misteriosa, confusa, desprezada e gloriosa.
Giovane Silva Santos