Sons em silêncio
Mais uma sombra se afasta,
perde-se na distância,
sem que se possa escutar algum reclamo,
sem proferir uma palavra,
um caso de adeus,
uma passagem menos aflita
pela voz que profana e grita,
quebrando até o silêncio da alma.
E agora em cada palma
estendida ao alheio,
ficam as marcas do suor
chamadas de lágrimas.
São mãos que choram enquanto rabiscam,
maculam o tanto maculado,
transpondo o fundo do pecado
na descrença em tudo,
usando a falsa fé como escudo
para encobrir a personificação,
a face da morte estampada,
bordada no desejo, no encontro.
Ah, vida ingrata, mundo desfeito
por onde tive que perambular,
ressoando passos inseguros,
gritos silenciosos, apelos vãos.
Ah, sombra da distância, da ausência.
Fostes sem saber que o tempo parou.
Parou para contemplar a rua vazia,
o abraço sem medidas, o beijo sem encosto
e uma face que não é mais um rosto,
sim uma contração de pedra,
que aguarda apenas a edificação,
o alicerce do momento final.
Mais uma sombra se afasta,
perde-se na distância,
sem que se possa escutar algum reclamo,
sem proferir uma palavra,
um caso de adeus,
uma passagem menos aflita
pela voz que profana e grita,
quebrando até o silêncio da alma.
E agora em cada palma
estendida ao alheio,
ficam as marcas do suor
chamadas de lágrimas.
São mãos que choram enquanto rabiscam,
maculam o tanto maculado,
transpondo o fundo do pecado
na descrença em tudo,
usando a falsa fé como escudo
para encobrir a personificação,
a face da morte estampada,
bordada no desejo, no encontro.
Ah, vida ingrata, mundo desfeito
por onde tive que perambular,
ressoando passos inseguros,
gritos silenciosos, apelos vãos.
Ah, sombra da distância, da ausência.
Fostes sem saber que o tempo parou.
Parou para contemplar a rua vazia,
o abraço sem medidas, o beijo sem encosto
e uma face que não é mais um rosto,
sim uma contração de pedra,
que aguarda apenas a edificação,
o alicerce do momento final.