Eu, cirúrgica
Com o toque da navalha
Te corto da minha vida
Amputo os pedaços
Resquícios
Que sobraram de ti em mim.
Não tenho precisão cirúrgica
E pouco entendo de anatomia
De medicina
Só tive aulas de biologia.
Quero trucidar
Estraçalhar
Dilacerar
Tirar as veias
Que te conectam a mim
Espirrar sangue
Ar
Te
Ri
Al
Te abandonar
Em morte rápida
Suja
Comovente
Para chocar a mim mesma
Nesse assassinato
Que computo
Cometo
Carregado de dor
Em caráter de urgência
A raiva é fatal
Me machuca
Crime passional que compensa.
Te mato metaforicamente
Luto pelo luto
De carregar
Encosto em vida
Morto
Cemitério
Eu preciso te enterrar
E fazer lobotomia.