Eu, cirúrgica

Com o toque da navalha

Te corto da minha vida

Amputo os pedaços

Resquícios

Que sobraram de ti em mim.

Não tenho precisão cirúrgica

E pouco entendo de anatomia

De medicina

Só tive aulas de biologia.

Quero trucidar

Estraçalhar

Dilacerar

Tirar as veias

Que te conectam a mim

Espirrar sangue

Ar

Te

Ri

Al

Te abandonar

Em morte rápida

Suja

Comovente

Para chocar a mim mesma

Nesse assassinato

Que computo

Cometo

Carregado de dor

Em caráter de urgência

A raiva é fatal

Me machuca

Crime passional que compensa.

Te mato metaforicamente

Luto pelo luto

De carregar

Encosto em vida

Morto

Cemitério

Eu preciso te enterrar

E fazer lobotomia.

Bruna Larissa Nogueira
Enviado por Bruna Larissa Nogueira em 15/07/2020
Código do texto: T7006632
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