Importa-me nada mais

A poesia se foi embora,
A eterna e doce companheira.
Que importa que seja agora,
Que se apague mais uma fogueira.

Importa-me nada mais!

A musa inspiradora se esgueira,
Levando, consigo tudo, afora
O amor que se tornou cegueira.

Importa-me nada mais!

Escrever agora por quem?
Os versos perdem-se no ar,
Sem ouvidos de ninguém,
Que os possam escutar.

Então, importa-me nada mais!

Que os males façam o coração calar,
Que endureçam os sentimentos também.
Que os murmúrios não me deixem sonhar,
E que o tempo não me faça por ninguém...

Escrever versos, nunca, jamais!