MEDO
Às vezes tenho medo da vida
E às vezes tenho medo da morte
Tenho medo de não curar a ferida
E de me lançar à própria sorte
Medo de não encontrar a mim mesma
E medo de não seguir o que sou
Temo não ser completa, coesa
Seguindo apenas com o que me restou
Às vezes pensa e repenso
Às vezes tenho medo de sofrer
Medo de me colocar num lugar suspenso
E de me afastar e me perder
Temo não ter mais fé na humanidade
E de sangrar sem me permitir crescer
Tenho medo de encarar uma realidade
Onde meu destino é sofrer
Mas se eu enfrentar o medo
Para andar de mãos dadas com a paz interior
É um grande salto, um apelo
Um olhar para o mundo exterior.
Éryka Patrícia Ramos Pereira (Caruaru/PE)